Motoristas desmentem fake news sobre sindicato; greve continua

Uma pequena parcela da imprensa tem espalhado inverdades sobre a greve espontânea dos motoristas da TCCC (transporte urbano) e Cidade Verde (metropolitano). Patrocinados pela concessionária, esses comunicadores têm dito à população que o Sinttromar estaria coagindo os motoristas a manterem a paralisação, o que se trata de fake news.

Vídeo dos motoristas sobre o sindicato

Uma dessas fake news foi publicada pelo jornalista Angelo Rigon, na matéria intitulada “Transporte coletivo: agora, uma questão judicial“. O blogueiro abre seu texto dizendo que “a continuidade do movimento paredista, organizado pelo Sinttromar, que provocou o segundo dia sem transporte coletivo em Maringá, foi judicializada”.

Essa insistência de alguns comunicadores da cidade, em afirmar que a greve é organizada pelo sindicato, tem indignado a categoria, que iniciou o movimento de forma espontânea, com méritos próprios, após a TCCC deixar de pagar parte do salário de janeiro. Isso levou os motoristas a gravarem um vídeo a respeito, na tarde desta terça (9), desmentindo esses comunicadores.

“[Roberto] Jacomelli deu uma entrevista à Jovem Pan, dizendo que a gente está sendo intimidado pelo sindicato e pelo Emerson [dirigente sindical] pra gente estar aqui. Alguém viu o Emerson aqui?”, pergunta um dos motoristas aos colegas, que respondem com uníssono “não”.

No mesmo vídeo, um outro motorista acrescenta: “Todo mundo aqui está por espontânea vontade, pela categoria. Estamos todo mundo junto nessa, pelo nosso direito. Não estamos sendo intimidados por sindicato. Vou repetir mais uma vez: não tem sindicato aqui junto conosco”.

Segundo os motoristas, a pandemia veio para todo mundo, para o pai de família também e não apenas para os mais ricos. “Estamos lutando pelos nossos direitos, e todos nós estamos juntos”, comentou motorista. O vídeo deixa essa questão muito clara. Assista aqui.

Paralisação  continua

O Sinttromar foi informado que a paralisação do transporte coletivo entrará, nesta quarta (10), em seu terceiro dia. Houve nova reunião entre os motoristas e a diretoria da empresa, mas a categoria não aceitou voltar. A diretoria da empresa cobrou a volta ao trabalho e, sem sucesso, tentou atribuiu responsabilidade ao sindicato.

Os motoristas cobram da empresa a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), com pagamento retroativo do reajuste salarial. Talvez a população desconheça, mas já passou quase um ano desde a data-base, ou seja, a empresa ainda não repôs a inflação aos salários dos motoristas, que também reivindicam o pagamento da Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR).

A empresa diz estar quebrada, mas até o momento não apresentou os balancetes que comprovem essa dificuldade. Na semana passada, o Sinttromar levantou a suspeita de locaute, prática que é proibida por lei no Brasil. Nela, a empresa teria atrasado os salários como forma de pressionar o prefeito Ulisses Maia (PSD) a conceder uma comprensação milionária por perdas na pandemia. A trucada não deu certo.

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