Live informa sobre atraso salarial anunciado pela TCCC

As empresas TCCC (transporte coletivo urbano) e Cidade Verde (metropolitano) anunciaram, nesta quinta (4), que haverá atrasos no pagamento dos salários de seus funcionários. A decisão foi comunicada – de modo informal – em telefonema da direção das empresas ao presidente do Sinttromar, Ronaldo José da Silva.

O dirigente Emerson Viana na live

O assunto foi tema de live, por meio da qual o dirigente Emerson Viana Silva repassou a informação à categoria, com duras críticas à falta de respeito da empresa para com seus funcionários, deixando para avisar sobre o atraso às vésperas do pagamento. Assista à live aqui.

Segundo Emerson, esse episódio deixa claro que a paralisação, realizada em setembro, foi realmente necessária. “A greve buscou garantir direitos dos trabalhadores, o acordo coletivo de trabalho (ACT), o reajuste salarial e também para evitar o que está acontecendo hoje”, explicou o dirigente.

Vice-presidente do Sinttromar, Emerson criticou um grupelho de funcionários que, nesta quarta pela manhã, foi à Prefeitura cobrar do prefeito Ulisses Maia (PSD) o pagamento. “Esses mesmos que hoje foram cobrar do prefeito, na greve defenderam a empresa, enquanto nós lutávamos pelos direitos dos trabalhadores”, disse o líder sindical.

A postura do grupelho levanta suspeitas de que a empresa esteja cogitando usar o atraso salarial para colocar trabalhadores contra a Prefeitura de Maringá, de modo a obter compensações financeiras do município em decorrência de perdas na pandemia. O Sinttromar informa que está atento à prática de locaute (leia mais ao fim da matéria), com a ciência de que tanto TCCC e Cidade Verde quanto a Prefeitura têm responsabilidades para com os funcionários.

“Se tiver de fazer movimento de greve, vamos fazer para defender o direito dos trabalhadores, para que o motorista possa pagar o aluguel, pelo ganha pão para sustentar nossas famílias. Ninguém vai defender a empresa ou o empresário, que já ganhou bastante dinheiro”, disparou Emerson.

O líder sindical informou que o Sinttromar já está tomando as medidas cabíveis e buscando mais informações sobre o atraso, pois a empresa ainda não deu detalhes a respeito. Uma reunião já foi agendada para segunda-feira (8), às 16 horas, com o prefeito Ulisses. Ainda na live, o sindicato pediu que os vereadores de Maringá se manifestem em apoio aos trabalhadores.

Locaute

De acordo com explicação dada no site G1, Locaute (palavra derivada de “lock out”, em inglês) “é o que acontece quando os patrões de um determinado setor se recusam a ceder aos trabalhadores os instrumentos para que eles desenvolvam seu trabalho, impedindo-os de exercer a atividade. Ou seja, agindo em razão dos próprios interesses, e não das reivindicações dos trabalhadores”.

A legislação impede a prática. O artigo 17 da lei 7.783 diz: “Fica vedada a paralisação das atividades, por iniciativa do empregador, com o objetivo de frustrar negociação ou dificultar o atendimento de reivindicações dos respectivos empregados (lockout)”.

Voltando ao caso de Maringá, a lei proíbe, portanto, que as concessionárias do transporte coletivo deixem de pagar os salários como forma de pressionar o governo municipal. Essa situação, caso se confirme, poderia levar os trabalhadores a uma nova greve. A categoria faria uso desse direito constitucional para cobrar os salários atrasados.

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