Relato de oficial de justiça comprova que greve sem sindicato
Duas situações ocorridas na greve dos motoristas do transporte coletivo comprovam que o Sinttromar não está à frente do movimento paredista. Uma delas é o relato da oficial de justiça Milaine Akahoshi Novaes, que esteve na garagem da TCCC (Avenida Monteiro Lobato, 473) na terça (9) e na quarta (10), cumprindo determinação judicial.
Na terça, Milaine constatou que “nenhum ônibus saiu da garagem” e que ela não encontrou presença de sindicalistas, ao contrário do que dizem alguns comunicadores da cidade, em fake news sobre o Sinttromar.
“Não encontrei representantes do sindicato suscitado no local [garagem da empresa]. E ao indagar a respeito do sindicato, todos eram unânimes em dizer que se tratava de uma “paralisação sem a presença sindical”, relatou.
Além de o auto de constatação deixar claro que o movimento é autônomo e espontâneo, ficou claro a responsabilidade da TCCC como geradora da greve. Hoje, já é sabido que a empresa contou com funcionários com cargos de confiança para pressionar o prefeito Ulisses Maia (PSD) a conceder a compensação financeira requisitada pela TCCC por conta de perdas na pandemia.
“Diversos manifestantes afirmaram que tudo se iniciou porque, após a empresa suscitante [empresa] não pagar integralmente o salário, membros ocupantes de cargo de confiança da própria empresa, fomentaram a paralisação dos motoristas para que fossem usados como ‘massa de manobra’, a fim de pressionar a Prefeitura de Maringá para liberar verbas em razão da crise ocasionada pela pandemia”, escreveu Milaine.
Na madrugada de quarta, a oficial de justiça voltou à garagem, desta vez acompanhada de policiais militares. O objetivo era assegurar o cumprimento de uma limitar obtida pela empresa para que o Sinttromar fosse impedido de barrar a saída dos ônibus. Essa foi a segunda situação a comprovar que o sindicato não está à frente da greve.
A medida liminar se mostrou inócua, uma vez que o sindicato, novamente, não estava diante da garagem. Segundo lideranças sindicais, a empresa usou de um expediente judicial para tentar colocar a população contra o Sinttromar. Ou seja, a TCCC obteve limitar baseada em um comunicado falso – sobre o sindicato – à Justiça.
Mais uma vez, a oficial de justiça constatou que: “Não encontrei representantes do sindicato suscitado no local”. E ao indagar a respeito do sindicato, “todos eram unânimes em dizer que se tratava de uma “paralisação sem a presença sindical”.
A greve entrou nesta quinta (11) em seu quarto dia. Alguns ônibus saíram da garagem, mas a grande maioria dos motoristas segue mobilizada. A empresa pagou o salário de janeiro, mas agora a categoria exige que a empresa pague valores atrasados e horas extras. Sem a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), os trabalhadores estão há quase um ano sem receber a reposição da inflação em seus salários, e isso tem feito falta para suas famílias.